Fim-de-Semana em Viena

Quarta-feira, dia 16 de Agosto...acabaram-se as mini-férias...o Augusto, o Paulo (e sua namorada) já foram, a Isabel vai hoje...um daqueles dias que só apetece ficar em casa...ainda por cima as amigas do Fernão chegaram às 6 da matina...o dia prometia correr mal.

O Pedro e o Paulo seguiram para Budapeste, no entanto aquando da sua estadia tinha ficado no ar a hipótese de nos encontrarmos novamente no fim-de-semana...desta vez em Viena.

Sexta-feira, 17h30 a empresa já está quase vazia...só restam os suspeitos do costume (entendam-se portugueses) aproveito a deixa e dou à sola. Como é hábito, às sextas, a viagem de tram até casa serve essencialmente para pensar naquilo que vou e não vou fazer durante o fim-de-semana. Só que desta vez a viagem ficou a meio..saio na estação...procuro um guichet onde falem inglês e compro o bilhetinho que me vai levar até Viena...agradeço com um Dziekuje Bardzo! O comboio sai às 22h e chega às 6h...tempo de ir a casa fazer a mochila e jantar.

A viagem fez-se bem, conheci um alemão que aparentava pela sua careca já ter uns 45 anitos e um holandês pouco mais velho do que eu...uma vez que o alemão era um jornalista interessado nos conflitos do Leste Europeu, passamos umas boas horitas a ouvir as suas histórias sobre o enclave de Kaliningrado, a Ucrânia, mulheres (falar do Leste da Europa e não falar de mulheres aqui é o mesmo que falar da Igreja Católica e não mencionar o Papa) e futebol...e ainda deu tempo para descansar um bocado uma vez que tinha direito a uma cama que não pedi...mas já que tinha pago...aproveitei (os estrangeiros neste país estão sempre a bancar).

Chegado a Viena...liguei ao Paulo para saber onde era o apartamento...no entanto...como o saldo do telefone estava sempre a acabar...fiquei com pouco mais do que a morada...e a saber que era longe...perfeito!

Decido enveredar pela via económica e apanho um tram, como ainda era muito cedo não se avistava vivalma nas ruas...parecia que todos se tinham ido embora só para eu ter o privilégio de ter a cidade só para mim...assim é que eu gosto.

Andei 30 minutos perdido a perguntar aos taxistas onde era a rua Im Werd, não pesco nada de alemão, mas consegui colocar um sotaque nazi que evitou males maiores...imaginem se fosse lá com o inglês...andava pelas ruas a dizer I´m Weird...mas lá encontrei a barraca do Pedro, do Paulo, do Rui e do Nuno.

Viena pareceu-me desta vez uma cidade bem mais atraente do que aquando da visita durante o interrail, surpreendido, é mesmo imperial!

Fomos ao Palácio de Verão da Imperatriz Sissi, onde com 6 anos um puto chamado Mozart deu o seu primeiro concerto e já no final da visita ao palácio e jardins, descubro que estava em Viena o quadro de Klimt O Beijo (o preferido da Béu)...apronto-me logo a perguntar onde?...Palácio Belvedere...siga.

Certamente que não era com o Pedro que um dia tinha imaginado ir ver este quadro...mas foi o que se arranjou...deu para passar despercebido...entre todos os pseudo-intelectuais da sala que não escondiam terem feito milhares de Km só para estarem ali...quanto a nós...foi uma questão de sorte.

Depois de mais alguns monumentos...fomos para casa...ao atrevessar o Danúbio vislumbramos o cenário ideal para um final de tarde...criado à nossa imagem...uma praia artificial...com um bom DJ, jola barata e o rio mesmo à nossa frente...o descanso merecido.
O mesmo Danúbio serviu de cenário para o nosso jantar...com cinco portugueses à mesa o resultado não podia ser outro que não...granel e car******** em proporções que a Aústria até então desconhecia...já tinha saudades!!!

A noite durou até às tantas numa discoteca que de início prometia ser um grande fiasco devido ao número de casacos de cabedal pretos, cabelos compridos e tatuagens por metro quadrado...não podíamos estar mais enganados...um espaço gigante, som indie e uma quantidade de álcool no sangue significativa...resultado...acabamos a noite a dançar no palco...onde na noite anterior os Basement Jaxx tinham apresentado o seu novo álbum...mas uma vez sorte!

Acordei no Domingo ainda a tempo de voltar a Cracóvia...enquanto os bons vivants continuaram no seu percurso pela europa central.